terça-feira, julho 27, 2004

Espera

Tentativa frustrada de ler, expectativa pela chegada, pela quebra do silêncio, pela chave girando na porta... Busca por um pouco de conforto, casualidade fingida, atenção depositada nos olhos firmes e nos movimentos de um cão... Qualquer manifestação de alegria: quebra de ritmo, sinal de espera.
Uma palavra que se diga, uma oportunidade para comentar e entreabrir aquele pensamento, espreitando... Uma brecha para o segredo - a preocupação.
Comentário forçado, é verdade, momento inoportuno, mas em hora necessária: a paz buscada em migalhas, ao menos.
O que se ouve, afinal, é bem menos que o esperado... Mais que isso - ouve-se o que é óbvio, o que já se sabia, o que havia de ser dito e que não altera, em nada, o presente... Ou altera?
Um pouco de tranquilidade esgarçada, arrancada à força. Estômago ainda embrulhado, constrangimento pelo que nunca deveria ser aceito, mas resignação... Há o que precisa ser aceito, há o que se deve pedir, em nome do bom senso.
Mas há, acima de tudo, o que não se prevê, não se resolve, não se antecipa nem se atrasa. Há o que vem, apenas...

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