segunda-feira, outubro 15, 2007

agora é assim...

... à maneira dos (desde sempre) deslocados.

"Take me out tonight
Where there's music and there's people
Who are young and alive
Driving in your car
I never never want to go home
Because I haven't got one anymore

Take me out tonight
Because I want to see people
And I want to see life
Driving in your car
Oh please don't drop me home
Because it's not my home, it's their home
And I'm welcome no more

And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well the pleasure, the privilege is mine..."

There is a light that never goes out, The Smiths

sexta-feira, outubro 12, 2007

o dentro e o fora

Sensação semelhante deve haver experimentado o primeiro ser que, depois de muita estranheza, descobre-se forasteiro, à margem do seu hábitat. E qual não é a surpresa e a perplexidade ao constatar que durante tanto tempo esteve em caminho absolutamente errado, aprendendo a acostumar-se, apesar das suspeitas, e perguntando-se: mas seria só isto mesmo, a vida?

Não que a iluminação duvidosa tenha de súbito resolvido o problema. O hábitat é delineado por sólidas paredes de vidro e resta saber – questão de ponto de vista – se ele próprio seria alguém dentro do aquário, sonhando com o ambiente em que respiraria pela primeira vez de acordo com as possibilidades de sua natureza mamífera, ou se estaria até o presente momento fora da redoma, sonhando adentrar este pequeno mundo e desempenhar o papel do feliz peixe, preenchendo o minúsculo e prazeroso espaço em desajeitadas voltas.

Cedo ou tarde, no entanto, o problema pode se mostrar despropositado ou insolúvel: no fim das contas, dos dois lados do vidro parece haver sempre

o mesmo aquário.

quinta-feira, outubro 04, 2007

Palavras de incentivo (?!)

“Sabe quando você tem, assim, umas dezessete Gisele Bündchens e então resolve apostar as suas fichas em uma, digamos, Nair Belo? Pois é, neste caso fez toda a diferença”.

Frase dita por uma pessoa em um sonho que tive esta noite.

E fiquei pensando que talvez o primeiro passo seja a Nair reconhecer que nunca chegará a Gisele, e então ver o que pode fazer a respeito...

terça-feira, outubro 02, 2007

um post que resista...

Que há fases em que a gente está com uma persistente e prolífica necessidade de escrever, enquanto em outras nosso humor está nas ruas e nos gestos, mais do que nas reflexões, isso eu já sei faz tempo. Mas, entre uma e outra, parece cada vez mais claro que, por vezes, se forma uma zona nebulosa de transição, em que o sujeito acumula rascunhos, textos não-iniciados ou simplesmente insights que dificilmente resistem ao dia seguinte. No fim do último domingo, mesmo, eu tinha algo a dizer, mas que logo depois já parecia um pouco como aquela música do No porn, "o clima/ é dramático e fake/ fake fake fake..."
Nesse meio termo obscuro em que mal se vive e pouco de produtivo se pensa - mas que tampouco é de letargia, pois é meio como alguém esperando às 4 da tarde por algo que tem uma possibilidade de acontecer, mas que nem é dia, nem é noite, nem é certo que aconteça - acho que, enfim, nesse caso a única coisa que frutifica é a musica, que é como um concentrado de emoções que você começa a tomar logo cedo pra potencializar um monte de sentimentos que quer explorar até o fim, só pra ver aonde levam.
É como uma pílula que continuamos tomando: às vezes faz um bem danado, às vezes deprime, mas nos leva a algum lugar. A um novo insight, à letargia ou à rua.

Para ouvir:
Nouvelle vague - Heart of glass