terça-feira, junho 15, 2004

Estou cansado da inteligência... dos outros, é claro! Mas calma... Não é uma reclamação motivada pela inveja, mas pela resignação, mesmo. Escrever um texto, pra mim, por exemplo, diria que é quase um parto (se conhecesse a sensação de parir, que graças a Deus, nunca o farei). Eu quero apertar parafusos, posto que pensar tem me dado muito trabalho e me causado uma grande irritabilidade.
Existe informação demais no mundo, para que tudo isso? Minha dificuldade em decidir o que é ou não importante para mim já é conhecida de todos. Com isso, haja tempo para e-mails, reportagens, comentários, opiniões, artigos, livros... Haja memória e atenção para correntes filosóficas, tendências literárias, conhecimentos científicos... E haja, também, concentração para entender tanta subjetividade.... Estou lendo Clarice Lispector, mas a abomino... Uma mulher endemoniada, vai ser inteligente assim lá na... enfim... é mentira, eu a adoro, mas que ela tinha pacto com o demônio, ah!, tinha, sim... Estou tentando ler Sartre também, mas antes preciso traduzir seu romance “As palavras”, do Português para o Juazeirês... Quanta dificuldade... Nem lembro há quantas semanas estou nessa luta. Já li mais o dicionário que o livro, propriamente.
Porém, devo confessar que creio ainda em um meio termo entre a pretensão e a modéstia, e o brilhantismo das pessoas que me cercam também me motiva a querer ser melhor... E, sempre que não der certo, recorrerei ao meu apego às sensações que conheço, a uma “atitude estética diante da vida”, a que uma vez se referiu Sabino, que não entendo racionalmente, não expresso, não explico, mas acho que compreendo, e que vai muito além do acúmulo de conhecimentos...

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