sexta-feira, junho 04, 2004

Cinema... Um assunto tão recorrente neste espaço como serão o isolamento, a incomunicabilidade e o anacronismo. Hoje, recorro a ele para explicar o porquê do nome dado a esse espaço de elucubração.

Existem várias maneiras de se abordar um sentimento. Sofia Coppola resolveu filmar um deles, a solidão... E de forma tão sutil que, quase sem percebermos, a vemos transformá-lo em uma sensação quase física. Em Lost in translation, a solidão é uma questão geográfica. Mais que isso: noites em claro, caminhadas em ruas desconhecidas, falta de diálogo, incertezas, decepções, incapacidade de fazer-se entender pelo próximo, indefinição quanto à sua profissão, à sua vida... Neste filme, a solidão é uma questão pessoal, de cada um dos que o assiste e consegue absorver as sensações que, sutilmente, emanam da tela... Está longe de ser um filme excelente, mas cria uma relação de identificação tão grande com aquele que o vê que se torna difícil não nutrir, por ele, um carinho especial.

E escrever é quase sempre um ato solitário... Por isso, neste caso, vale a pena a comparação. Está batizado, este blog...


P.S. Acrescentado em 2008: Quando surgiu, este blog atendia também pelo nome de Lost in solitude.

Nenhum comentário: