domingo, março 01, 2009

rumo ao kibbutz

Eu lembro sempre, agora, de uma pessoa muito especial que me relatou uma vez que, pensando em como poderia me conduzir a um determinado objetivo, uma tarefa a realizar - indicando pistas, rumos a seguir - viu-se tomada por uma súbita preocupação: seria eu capaz de chegar até o meu destino, objetivo final do percurso? Lembrou-se então, para seu alívio, de que bastava soltar um balão e - esperava-se - ele chegaria ao seu destino, sempre subindo, subindo...

Na madrugada desta sexta-feira fui tomado por um sintoma que pareceria (em qualquer outra situação) exagerado, fora de medida. Uma ânsia de vômito, uma dor na boca do estômago, uma pontada que não cessava. Algo próximo àquilo a que Nelly Richard certa vez chamou de desorden somático e que, neste caso, não era nada menos que a resposta de um corpo sedentário subitamente estremecido por uma cabeça nômade que lhe havia imposto a necessidade de mover-se rumo ao desconhecido, ao total desconforto - por desejo, por vontade de mudar -, e que respondia a este violento impulso com as consequências orgânicas de tal incômodo.

Minha viagem não foi nem um pouco agradável - considerando-se a noção adquirida de que minhas escolhas afetavam aqueles mais próximos e despertavam fantasmas, e de como elas careciam de bases sólidas (mas não carecem, sempre, quando sao verdadeiramente transformadoras?). É inconsistente e provisória, a jornada. É aventureira, súbita. É simples, mas ao mesmo tempo custa muito, exige decisão e - porque aqui nao cabem falsas modéstias - demanda certa coragem.

Durante os próximos tempos - talvez um mês, ou mesmo um semestre, não posso prever agora - este blog se transmite desde Buenos Aires. Uma aventura, uma aposta - uma besteira, sem dúvida. Uma vontade de mudar, porque assim eu vou subindo, subindo, voando, voando - rumo a tudo aquilo que desejo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Porque agora quero tudo
o que desejo
seja fim seja começo
meu inteiro
meu avesso!

bjos! Até!
natha.

a n a a r q u i a disse...

que o balão voe BEM alto, que é pra tudo dar MUITO certo...

Unknown disse...

pq o infito é o limite...
mari