sexta-feira, junho 09, 2006

a sempre difícil arte de ser liso e feliz

(O “valor arcaico” declara oficialmente aberta a temporada do “É de graça? Então tá valendo”).

Eu inventei uma hora do recreio aqui na Católica. Foi assim: no meio da noite eu comprei um pastel de um real e esse pequeno contrato com a menina da barraquinha me deu o direito de consumir o dobro disso, de graça, em catchup. No meu caminho de três ou quatro metros, durante a volta, escutei um casal que tinha acabado de comprar uma carteira de cigarros na banca de revistas dizendo: “- Vou acender um”. “– Eu também”. Como há dois minutos atrás eu tinha pensado no quanto seria bom fumar um cigarro naquela noite – e também porque a inveja foi muita – resolvi juntar os trocados e adquirir meu novo estoque.
Mais três passos e lembrei do famoso melhor café da rua e fui espiar: expresso, 1,30. Contei o resto dos trocados: 1,20. Pensei em pedir um desconto - ou então negociar: “1,20 mais uma agenda 2005, seminova”. No fim das contas acabei preferindo o copo de nescafé, 0,50, em outra barraquinha. (E isso é que é café instantâneo!) O fósforo, claro, o senhor do “nescafé expresso” deu de cortesia, pra acender o cigarro. “Coloca aqui perto que eu acendo. Esse fósforo tá safado demais, a caixa tá meio molhada... Oh, eu vou riscar, vê se dá tempo”. Não deu. Outra tentativa: nao. Demorou muito ate que eu percebesse o ridículo da cena e o convencesse a tentar sozinho. Foi de primeira.
O melhor: nessa hora da noite – também porque era uma sexta-feira – tinha mesa vazia na “rua do prazer”. E resumindo foi isso: um copo de café, um cigarro que deu ate pra dar um barato, um povo passando pra lá e pra cá, a mulher da mesa da frente comentando o frio, e eu que ainda lembrei de olhar pra cima vi que era lua cheia (se não era, tava parecendo). Não podia ser melhor. Ou podia. Ainda havia uma brisa fria remexendo as árvores, e eu descobri que em qualquer lugar, quando é quase-chuva, da pra ouvir o mar. Isso tudo durou bons cinco ou seis minutos. No bolso, sobraram ainda umas moedinhas chacoalhando.
Porque se pode inventar a felicidade ate mesmo (não) estudando em uma biblioteca na sexta-feira a noite.

P.S. Esse foi pra tu, Lavinia. :P

3 comentários:

Anônimo disse...

é impressão minha ou esse lugar está mais cinza?
hauahauha é que tb tô nessa agonia estética. =)
Oh, Talvez eu precise te pedir uma coisa, por causa do post.
saudações literárias!
ps - quem vai pra Goa, tem pressa?

Anônimo disse...

Balãoooooooo
oooohhhhhh ADOREI!!!! adorei mesmo foi o título! hehehe isso ai.. é a com a gente!
xerooo pa tu!

Anônimo disse...

o teu contador tb sumiu?