Clichês à parte:
A felicidade é, acima de tudo, um estado de espírito, isso todos sabemos. É, no entanto, o tipo de constatação que nunca esgota suas possibilidades de descoberta. Refletir sobre o fato de que a diferença entre um momento de alegria ou de tristeza reside, essencialmente, em nós mesmos é, no mínimo, curioso. Daí surgem sentimentos paradoxais que nos fazem acreditar, por exemplo, ser fácil encontrar a simples satisfação momentânea, apesar de, ao mesmo tempo, lembrarmos sempre que a nossa mente pode ser o que há de mais difícil para se controlar. Apenas algumas conclusões são definitivas, uma delas, a de que viajar é uma das ações que nos tornam mais leves, abertos e despertos, desvencilhados do efeito anestésico do cotidiano...
Restaurantes de beira de estrada; banhos frios em banheiros duvidosos, sem cabides ou porta-toalhas; alojamentos improvisados em escolas, associações ou pousadas baratas; sacos plásticos para roupa suja; filas de refeitórios igualmente improvisados, com farta ou escassa distribuição de pratos feitos; cabelos penteados sem espelho; macarrão com salsicha ou cuzcuz com carne-moída, quando nós é que temos que cozinhar; lugares comuns ou a ermo ou turísticos ou em nós mesmos ainda não descobertos; horas escassas de sono; muita bebida ou muita política ou ambos ou o ócio ou algo indefinível... Viajar dificilmente não valerá a pena...
Quem já quis um fim-de-semana diferente com os amigos, um momento vivido a dois ou um aprendizado, quem já fez ou faz movimento estudantil ou simplesmente é universitário, quem não se conforma com a mesmice, não gosta de televisão ou tem mochila e colchonete... Enfim... Dificilmente alguém não conhecerá, intimamente, a sensação proporcionada por uma nova perspectiva geográfica...
Perdoem-me, mas não me refiro aqui às viagens de avião, aos hotéis, aos roteiros comprados, só falo da realidade que conheço... :P
sexta-feira, junho 25, 2004
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