Vagabundo globalizado
Há uma música que, não importa quantas vezes a escute, sempre me emociona... Pela sua capacidade de traduzir todo o meu apreço por essa cultura e por esse espaço que tanto aprendi a gostar, nos quais aos poucos me reconheço e que hoje afirmo que me representam... Pelo momento delicado em que se dissolve sua melodia, pela certeza de que não haveria forma melhor de retratar todo esse estado de espírito, que só poderia mesmo ser verbalizado nessa linguagem “futurista-surrealista”, nesse universo tão imaginário e ao mesmo tempo tão próximo e concreto que Lula Queiroga bem criou e que é, sim, o que eu penso, o que eu entendo, pouco importando o que ele quis dizer realmente. Espero ouvi-la sempre como essa boa lembrança do meu afeto por tudo que hoje estimo tanto e que é meu, somente, não importando que persista esse medo, esse aperto que apenas às vezes torna-se perceptível.
“...No futuro a onda é diferente
Mas tem miséria igual
Tem solidão também
A minha janela dá pra um céu escuro
Mas aqui é o futuro, mãe
A cozinha lá de casa não tem gravidade
E se eu abro a torneira
A água voa
E as panelas saem pra passear
Sob a garoa...”
segunda-feira, setembro 13, 2004
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