domingo, junho 03, 2007

centrojá

Há um projeto chamado Bajofondo Tango Club, que mistura tango com música eletrônica e - principalmente no seu segundo trabalho, o Supervielle – um monte de outras coisas. Este projeto, que se não me engano é de um uruguaio e um argentino, é provavelmente a coisa mais linda que eu vou ter o prazer de ouvir este ano, particularmente por uma música, Centrojá.

Há pessoas que conhecem e entendem de música, e para quem a qualidade desta vem de uma certa competência melódica, de composição e execução nas obras, dentre muitas outras qualidades que podem passar despercebidas a ouvidos menos treinados. Estas são poucas, e sabem do que estão falando. Para outros, a música é como uma trilha sonora, boa não tanto pela qualidade técnica, mas pelo que despertam, pelo modo como se encaixam e passam a “pertencer-lhes”, musicando determinados momentos ou fases vividas. Um pano de fundo indispensável para os dias, um remédio, uma cápsula milagrosa que faz imergir em sensações e que, eventualmente, pode armazenar sentimentos, sempre retomados em futuras audições – o que pode ser muito agradável, mas também extremamente melancólico (e por vezes perigoso). Eu me encaixo fácil, fácil na segunda categoria. Não ousaria, então escrever uma palavra sequer para falar de música. Mas falo do que sinto. As músicas do Bajofondo são meio híbridas, urbanas, alternadamente intimistas e empolgantes, cheias de referências – de jogos de futebol a rádios populares – e, por tudo isso, modernas e cheias de possíveis sentidos.

E Centrojá, para mim, é linda.

Um comentário:

Anônimo disse...

também gosto muito dessa musica. o cd deles é excelente.

Tenho a impressao que a narração do gol no final da Centrojá é, nada mais, nada menos, do que o gol que o Brasil levou do Uruguai na final da copa, o dia do Maracanaço.

Abraços