Duas cenas têm sido recorrentes em meus pensamentos, nos últimos dias – algo como uma tradução imagética para alguns sentimentos. Coincidentemente, ambas são protagonizadas por mulheres. A primeira delas é recente: Hermila e sua amiga se refrescam à porta da geladeira no novo filme de Karim Ainouz, O céu de Suely. No entanto, nada mais óbvio: que recifense pobre não tem sentido vontade de literalmente entrar em uma geladeira nesses dias de calor infernal?
A outra é de um filme de Jean-Luc Godard, dividido em doze atos. Em um deles, a prostituta Nana, que acompanha seu cafetão em um encontro, durante o seu “dia livre”, está entediada. Vai até a radiola de ficha e coloca uma música: ela sabe que precisará se divertir sozinha. O nome da cena? Se não me engano, algo como “a felicidade não é engraçada”.
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