Espera
Tentativa frustrada de ler, expectativa pela chegada, pela quebra do silêncio, pela chave girando na porta... Busca por um pouco de conforto, casualidade fingida, atenção depositada nos olhos firmes e nos movimentos de um cão... Qualquer manifestação de alegria: quebra de ritmo, sinal de espera.
Uma palavra que se diga, uma oportunidade para comentar e entreabrir aquele pensamento, espreitando... Uma brecha para o segredo - a preocupação.
Comentário forçado, é verdade, momento inoportuno, mas em hora necessária: a paz buscada em migalhas, ao menos.
O que se ouve, afinal, é bem menos que o esperado... Mais que isso - ouve-se o que é óbvio, o que já se sabia, o que havia de ser dito e que não altera, em nada, o presente... Ou altera?
Um pouco de tranquilidade esgarçada, arrancada à força. Estômago ainda embrulhado, constrangimento pelo que nunca deveria ser aceito, mas resignação... Há o que precisa ser aceito, há o que se deve pedir, em nome do bom senso.
Mas há, acima de tudo, o que não se prevê, não se resolve, não se antecipa nem se atrasa. Há o que vem, apenas...
terça-feira, julho 27, 2004
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