segunda-feira, novembro 26, 2007
em duas linhas
Ítalo Moriconi
quarta-feira, novembro 21, 2007
reel around the fountain
"It’s time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
It’s time the tale were told
Of how you took a child
And you made him old
You made him old
Reel around the fountain
Slap me on the patio
I’ll take it now
Oh ...
Fifteen minutes with you
Well, I wouldn’t say no
Oh, people said that you were virtually dead
And they were so wrong
Fifteen minutes with you
Oh, I wouldn’t say no
People said that you were easily led
And they were half-right
They ... oh, they were half-right"
The Smiths
sábado, novembro 17, 2007
o movimento contrário
Eu admiro a integridade dos bichos que, quando doentes ou machucados, recolhem-se em um cantinho para lamber suas feridas. Mas não sei se por inexperiência, ansiedade ou mesmo por pura falta de jeito, sempre me sobra uma necessidade inconveniente de explodir aos olhos dos outros. Talvez pela pura impossibilidade de me conformar com o fato de que minha tristeza seja ignorada. Talvez pela recusa a simplesmente implodir e ter de arcar sozinho com este fardo: ser parte dos espólios e resíduos que representam aqueles que de algum modo não deram certo. Como naquela música do Ave Sangria em que o sujeito, em seu último ato de alegria perversa, ateia fogo ao próprio corpo, causando horror aos transeuntes. “Dorido, dolorido, colorido e sem razão. Ou não”.
quarta-feira, novembro 07, 2007
preguices de fim-de-semana
No site da Prefeitura do Recife, a notícia era: Mês do servidor é encerrado com grande festa.
Eu, enquanto falava no msn, li: Mãe do servidor é enterrada com grande festa.
Ainda bem que não cheguei a perder muito tempo pensando porque a coitada da velha era tão odiada...
Uma questão de ênfase ou redundância
No cinema, pouco antes do início do filme:
- Ceci, você já colocou o celular no silencioso?
- Já! Mas peraí, vou colocar mais...
- ???
sexta-feira, novembro 02, 2007
o observador (des)atento
Eu gosto de ficar espreitando as coisas, para esperar que elas aconteçam. É um erro, eu sei. Em todos os aspectos. Mais fácil seria ficar despreparado, fazer-se de desentendido, como quem não está vendo, como quem mal sabe que algo pode acontecer, lalalala... Mas que posso fazer se eu, sempre em vigília – embora ao mesmo tempo, contraditoriamente distraído – estou sempre esmiuçando tudo, escondendo-me nos cantos, pronto para armar o flagra – ahá! – que, no entanto, nem sempre acontece...
Mas, quando se realiza, que discreto prazer nos dá! Até as coisas mais insignificantes, quando acompanhadas desde seu vir-a-ser até o posterior e merecido esquecimento, e quando percebidas em todos os seus detalhes, têm sua graça: um comentário, uma mensagem qualquer, um encontro entre terceiros do qual não participo - quando descobertos não com ajuda do pressentimento, mas pelo puro esforço incansável e doentio de desvendar a ação obscura dos fatos e revelá-los. Na verdade, qualquer insight ou manifestação de sexto sentido se chamaria outra coisa; teria outra graça e outro mérito. Que fique claro, então: o sucesso de um observador obsessivamente atento, é disso que falo agora.
No entanto, como falei em contradição, reafirmo agora que o paradoxo está posto: ansioso pelo tecido de ações que vai descobrir, o observador acaba por cair em delírio fantasioso, sonhando com o que vai encontrar. Eis quando a surpresa dá a volta e o pega desprevenido, mostrando-se, como sempre, muito diferente. Ridicularizado, então, fica o observador desatento e suas manias. Bem feito. Normal é que isso não é...