Que há fases em que a gente está com uma persistente e prolífica necessidade de escrever, enquanto em outras nosso humor está nas ruas e nos gestos, mais do que nas reflexões, isso eu já sei faz tempo. Mas, entre uma e outra, parece cada vez mais claro que, por vezes, se forma uma zona nebulosa de transição, em que o sujeito acumula rascunhos, textos não-iniciados ou simplesmente insights que dificilmente resistem ao dia seguinte. No fim do último domingo, mesmo, eu tinha algo a dizer, mas que logo depois já parecia um pouco como aquela música do No porn, "o clima/ é dramático e fake/ fake fake fake..."
Nesse meio termo obscuro em que mal se vive e pouco de produtivo se pensa - mas que tampouco é de letargia, pois é meio como alguém esperando às 4 da tarde por algo que tem uma possibilidade de acontecer, mas que nem é dia, nem é noite, nem é certo que aconteça - acho que, enfim, nesse caso a única coisa que frutifica é a musica, que é como um concentrado de emoções que você começa a tomar logo cedo pra potencializar um monte de sentimentos que quer explorar até o fim, só pra ver aonde levam.
É como uma pílula que continuamos tomando: às vezes faz um bem danado, às vezes deprime, mas nos leva a algum lugar. A um novo insight, à letargia ou à rua.
Para ouvir:
Nouvelle vague - Heart of glass
terça-feira, outubro 02, 2007
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