segunda-feira, janeiro 31, 2005

"O ser humano é estômago e sexo"

?

domingo, janeiro 30, 2005

Aleatórias

- 1 -

Depois da experiência passada um dia desses, ia dizer que chuva só não é bom quando é preciso sair pra trabalhar.
Mas o certo mesmo é dizer que nem quando chove o meu trabalho presta. :p

- 2 -

O que faz um sábado feliz?
Cidade alta, ladeiras, cerveja, fotografias frustradas, pontos turísticos, duas tapiocas com coca-cola, arquitetura, complexos, batuque, casas antigas, sorvete azedo, mais conversas, melancolia produtiva, beleza e estética, planos, meio-fio, montmartre, crepe, ajuda profissional?, motivação, conversas, conversas, conversas.

Bifurcação.

- 3 -

O que construímos nos nossos dias...
O que você quer ser quando morrer?

segunda-feira, janeiro 24, 2005

Anúncio

Procuram-se novos referenciais de vida. Pessoas que tenham o indubitável poder de tornar nossos atos menos sem sentido, nossas possibilidades mais concretas, nossas capacidades mais inigualáveis e a realização dos nossos sonhos mais plausível. Tais referências não precisam, para tanto, de muita consistência: basta que nos convençam. Afinal, como todas as outras, estas também deixarão, mesmo, de ser referências quando forem conhecidas a fundo e abandonarem sua condição de estereótipos para serem, enfim, humanos, com todos os seus defeitos e a sua própria necessidade de modelos a seguir.
Na falta destas, um ídolo serve. Com todas as concessões que o rótulo exige.
Artistas? De preferência. Esse negócio de ficar lendo entrevista de executivo e achar o máximo tem um quê de decadência. Políticos também são aceitos, desde que possuam algum apreço pela estética e pelo abstrato.
O que importa é a influência. O que importa é facilitar. Porque esse negócio de objetivar a vida de modo claro e consistente dá um trabalho...


P.S. A propósito: já está na hora de começar o ano, não é mesmo?

sábado, janeiro 22, 2005

I'm Only Sleeping - The Beatles

When I wake up early in the morning
Lift my head, I'm still yawning
When I'm in the middle of a dream
Stay in bed, float upstream

Please don't wake me
No don't shake me
Leave me where I am
I'm only sleeping

Everybody seems to think I'm lazy
I don't mind, I think they're crazy
Running everywhere at such a speed
Till they find there's no need

Please don't spoil my day
I'm miles away
And after all
I'm only sleeping

Keeping an eye on the world going by my window
Taking my time

Lying there and staring at the ceiling
Waiting for that sleepy feeling

quarta-feira, janeiro 19, 2005

De minha silenciosa e inconsolável ambigüidade...

É com simulada destreza que me movo através das horas. Dentre blocos de instantes desconexos retiro o mal argumento que sustenta meus passos. Incoerente é a minha forma de agir: lógica incerta encoberta pelo puro reflexo daquilo que me rodeia e é firme. Na dureza da sucessão de fatos encadeados, algo que desmente a mais livre crença infundada - aspirações se desmancham no que é cômodo, óbvio e brutalmente incisivo no homem.
Multiplicidade de incoerências maleáveis – e o que é humano sobrevive ao nó no estômago, acreditando que posso ser muitos e, ainda assim, individual em meus sonhos. Inconstância disfarçável que não se deixa espreitar: assumo muitas caras, mesmo que não sabendo mentir – tão fácil mentir quando todos aceitam a mentira, sem nervos!
No entanto, sabe-se. Eu não sou um deles. Não são roupas, não são amabilidades, técnicas, habilidades, falsas destrezas, forçosas virtudes: nada, a não ser um pacto, é capaz de omitir a velada distinção. Todo o resto é cinismo. Não tenho suas caras limpas, suas feições lineares, suas certezas futuras, sua odiada estabilidade. Por que não gritam? Serão incapazes de chorar ao menos pela única e incontornável certeza de ser? Serão também incapazes de rir um riso embriagadamente insano, patético e excessivo? Tão práticos na vida, tão retos, sem nenhuma curva, com seus problemas normais, seus defeitos normais, suas anormalidades – até essas, mesmo – tão normais?
Porque eu choro. Não aquele choro de portas cerradas, lenço na mão, lágrima enxuta com o canto do dedo: eu choro um choro público, descontrolado, que constrange o pudor subitamente em um ônibus, em uma esquina, e recusa-se a trancar em casa o seu desespero, e se o faz é com ódio, amargura e encontrando frestas por onde fugir para consolidar-se no que não se esconde. É também um choro forte, que arde as pálpebras, enfraquece os músculos e alivia a mente em doce cansaço - pretendida exaustão que inibe pensamentos, torna a expressão quieta, desabafada. E eu também rio: mas não o riso de canto de boca, de gargalhada bonita e sonora, de alegria sociável e plástica. É o riso que desfigura, lacrimeja os olhos, coloca sangue na testa e salta as veias do pescoço. Uma alegria mal-educada, exagerada e extrema.
É por tal instintiva natureza, espontânea e avulsa, que me sinto, à parte qualquer inegável privilégio, um indivíduo de pé crestado no barro, olhos baixos, certezas curvas, vaidades escassas, desejos simplórios e ásperos impulsos. No entanto sei que sou fraco – frágil, protegido, pouco sofrido e bastante agraciado pelas circunstâncias que me tornam parte de uma injusta exceção. Assim, no cerne desta contradição eu encontro, resignado, o meu papel. E quantas concessões! E quanta inibida impaciência! Mas como me faz falta, ainda, esta dureza, esta simplicidade, este pouco querer - pois sou reto e de aspecto sóbrio e, no entanto, me rasgo por dentro em contradições que são o mais puro fruto da inadequação.
Um dia houve algo no trabalho. Foi logo no início, e mencione-se que, ali, em todos os dias ganha-se um pouco em cinismo, hábito e pragmatismo. Mas houve um dia no trabalho em que uma senhora muito idosa se aproximou, cabelos armados em negra arapuca, corpo magro, feições murchas, criança puxada por um braço e a outra mão livre escondendo, suspensa, a boca balbuciante. Aproximou-se e a mim se dirigiu: falou de modo muito canhestro, inaudível, pequeno, inferior. Falou de modo tão incerto que parecia querer livrar-se de palavras que eram um fardo e, no entanto, mal as pronunciava. Inclinei-me o quanto pude, subitamente tocado pelo despertar da imediata cumplicidade que atinge, vez por outra, dois seres humanos que se compreendem, e foi com tamanho esforço e apaixonada veneração que, calmo e passivo, decifrei cada fonema proferido. E era tanta vergonha, tanta inferioridade naquela mão que segurava cada palavra, que seu corpo tremia, seus olhos se abriam em susto e seu porte ficava menor, à medida que era obrigada a repetir-me sua intenção, tão logo eu demonstrava minha absoluta incapacidade em compreende-la.
Poderia ter-lhe pedido que descobrisse os lábios, falasse mais alto, ou gentilmente tê-la induzido a aumentar seu tom de voz de modo a ser um pouco mais clara. Mas foi tal minha comoção com aquela simplicidade, aquele envergonhado e ingênuo pudor... Mais que isso: foi tamanha a minha vergonha por ter sido visto de modo superior, e maior ainda minha decepção por ver-me irremediavelmente distante e grandioso - embora tantas tivessem sido as vezes em que também me apavorei com a força das palavras e com o rosto indagante de quem me ouvia, e tantas as vezes também em que levei a mão à boca e repeti este mesmo gesto cabreiro no colégio, nas ruas e na minha vida, num irremediável constrangimento e timidez... Foi tal a minha comoção, enfim, que curvei-me o quanto pude, com total respeito e amarelo sorriso no rosto, para com esforço ouvir-lhe a pergunta.
Do alto da minha função, na minha postura forçadamente longilínea - incremento para a boa aparência que me exigem diariamente no trabalho, nas ruas, nos livros, nos dias, e que sei que não posso dar – vi uma parte daquilo a que aspiro tão distante! Um traço de simplicidade dos meus pais, da minha cidade, dos meus valores, tão irremediavelmente distantes, afogados em ambições, convívios, circunstâncias e pretensões diversas...
Senti os olhos úmidos, e uma vez mais quis pensar por que parecia que só eu era tão incapaz de resguardar-me à pública exposição, ao mostrar meus olhos brilhando pela mágoa, a tristeza e os esperançosos ideais que se frustraram na mediocridade de certas horas.
Quanto à senhora? Queria saber – mãos trêmulas - o que precisava fazer para conseguir um empréstimo de “mil real”. Disse-lhe que pegasse uma fichinha. Que mais poderia dizer? Tantas vezes eu também segurei com os dedos cada palavra, por medo, vergonha e sentimento de inferioridade diante daqueles que me olhavam! Mas ali era somente eu, minha gravata, minha distância... E ela que se dirigia à máquina, olhando-me com inestimável gratidão. Creio até que me chamou de meu filho, no seu modo muito verdadeiro de dizer obrigado.

domingo, janeiro 16, 2005

"E ninguém é eu. Ninguém é você. Esta é a solidão."
Clarice Lispector, Água viva

Curto e grosso, como eu mesmo, estes dias. Sem paciência para muitas firulas.
Depois volto e escrevo mais.

quinta-feira, janeiro 13, 2005

Fim do ano.
O não do início.
A cada dia um novo sim.
Mesmo que à recusa.

Fim do não.
Até o próximo fim-de-semana.
Ou sim.
Porque isto é só o começo.

“Eu sou feito o ladrão roubado pelo roubo que leva”

segunda-feira, janeiro 10, 2005

Estas noites de domingo... Coração apertado, vontade de planos, tentativa de amenizar o compromisso, prolongar os minutos, desacelerar a noite, emergir. Silenciosa vigília, sonolenta espera, preocupações coexistindo em segundo plano, roteiros fracassados, responsabilidades, imobilidade do dia seguinte.
Estas noites de domingo, quando acabam...

sexta-feira, janeiro 07, 2005

Acabou o alvoroço de fim de ano. Estamos quase em meados de janeiro e agora todos estão, oficialmente, fora do clima festivo que prevaleceu até a semana passada. Os enfeites, inclusive, estão sendo retirados - exceto pela minha vizinha que, se não me engano, apenas ontem se decidiu a enrolar um pisca-pisca na trepadeira que emoldura a porta do seu apartamento: coisa linda de se ver. :p
Do mesmo modo, outros aspectos da vida humana assumem sua forma cotidiana. Não se pode mais fazer promessas e tampouco dizer mentiras deslavadas (as juras de abandonar o álcool, as drogas, a compulsão sexual e o fumo incluídas), sob pena de o indivíduo realmente ser cobrado pelas suas palavras. Assim, também: comunicar planos irreais, traçar objetivos inalcançáveis e incapazes de perdurar depois da segunda-feira, declarar metas de austeridade financeira e pretensões de depósitos em poupança, proferir declarações de amor descaradamente inconsistentes – tudo ficou mais difícil e arriscado depois do dia de reis.
Àqueles cuja simpatia durou até a presente data, ficam os meus parabéns. No entanto, aviso-lhes que é hora também de deixar de lado os cumprimentos afetados, as mensagens orkutianas de mil caracteres desenhando estrelinhas, arvorezinhas de natal, corações, presépios do menino Jesus e afins; os arroubos católicos de evocação à paz de Cristo e à “benção do Senhor em nossas vidas”; as liquidações, saldões de balanço e queimas de estoque de tudo que é branco e tem escrito os dizeres “feliz 2005”; e, por fim, as ceias fartas cheias de peru, massas, arroz de forno e salpicões, promovendo a união dos semelhantes à mesa – embora tudo fique mais gostoso no dia seguinte, com o gostinho apurado pelo descanso e a inconfundível casquinha de comida requentada.
É neste clima de saudosismo que o presente blog se despede do espírito natalino e da alegria da renovação (que só durou um post, na verdade). Volto com o poema prometido há alguns dias, antes do início das festividades.
Pela noite de barulhos espaçados...
(Junho de 1929)

Pela noite de barulhos espaçados,
Neste silêncio que me livra do momento
E acentua a fraqueza do meu ser fatigadíssimo,
Eu me aproximo de mim mesmo
No espanto ignaro com que a gente se chega pra morte.

Meu espírito ringe cruzado por dores sem nexo,
Numa dor unida, tão violentamente física,
Que me sinto feito um joelho que dobrasse.
A luz excessiva do estúdio desmancha a carícia do objeto,
Um frio de vento vem que me pisa talqual um contacto,
Tudo me choca, me fere, uma angústia me leva,
Estou vivendo idéias que por si já são destinos, não escolho mais minhas visões.

A aparência é de calma, eu sei. Dir-se-ia que as nações vivem em paz...
Há um sono exausto de repouso em tudo,
E uma cega esperança, cantando benditos, esmola
Em favor dos homens algum bem que não virá...
Me sinto joelho. Há um arrependimento vasto em mim.
Eu digo que os séculos todos
Se atrasaram propositalmente no caminho,
Me esperaram, e puxo-os agora como boi fatal.
Me sinto culpado de milhões de séculos desumanos...
Milhões de séculos desumanos me fizeram, fizeram-te, irmã;
E pela noite de barulhos espaçados
Não quero escutar o conselho que desce dos arranhacéus do norte!
Eu sei que teremos um tempo de horror mais fecundo
Que as rapsódias da força e do dinheiro!

Será que nem uma arrebentação...
Os postos isolados das cidades
Se responderão em alarmas raivacentos,
Saídos das casas iguais e da incúria dos donos da vida.
Havemos de ver muitos manos passando a fronteira,
Haverá pão grátis muito duvidoso,
As salas de improviso se encherão de discussões apaixonadas
Mortas no dia seguinte em desastres que não sei quais.
Será tempo de esforço caudaloso,
Será humano e será também terribilísimo...
Só há-de haver mulheres que não serão mais nossas mulheres.
Os piás hão-de estar sem confiança catalogados na fila,
E os homens morrerão violentamente
Antes que chegue o tempo da velhice.

Mário de Andrade

quinta-feira, janeiro 06, 2005

"Across the morning sky,
all the birds are leaving,
Ah, how can they know it's time for them to go?
Before the winter fire,
We'll still be dreaming.
I do not count the time.
Who knows where the time goes?
Who knows where the time...
goes..."

...E quando eu voltar da rua, deixem a luz acesa pra que eu não me perca. O velho tapete no chão, pra tirar a poeira, e a porta destrancada, se possível. Só não me esperem acordado. Não me sinto mais "solto no mundo largo" nem "semeando o vento na minha cidade", mas ainda estou ganhando as ruas, embora estas pareçam, no momento, bem menos interessantes e acolhedoras. Mas deixem, sim, a luz acesa, para que persista aquele sentimento de que há um lugar aconchegante para onde eu possa voltar e onde eu caminhe com desenvoltura. E acima de tudo: não fiquem para trás. Todos nós já temos tão pouco... Tenhamos uns aos outros, na certeza de uma velada cumplicidade. E sigamos sem contar o tempo, pois é mais reconfortante crer que tudo segue uma ordem natural: a ordem dos pássaros, das águas, das rugas, das lágrimas e do ventre.

quarta-feira, janeiro 05, 2005

Acordei hoje cedo, às sete da manhã, já meio sem sono, mas resolvi dormir um pouco mais. Coloquei o despertador para as nove e cultivei, ainda assim, o velho vício dos “cinco minutos a mais”. Tolice, a minha. Não pode estar certa essa idéia de que o único motivo para acordar seja uma hora marcada e um compromisso. A prova dessa tolice veio ao finalmente levantar.
Ao longo dos anos, as pessoas incorporam à sua vida uma série de hábitos, pequenos rituais e íntimos prazeres que, se são decorrentes de suas vivências, nem por isso tornam-se mais explicáveis. Talvez o que explique mesmo tais particularidades é o fato de que a “máquina do mundo”, como no poema de Drummond, se abre e se mostra em momentos diferentes para cada um. Porque hoje, quando acordei, a sensação arcaica e indizível proporcionada pela chuva me deixou à janela por uns dois minutos, e não há nada que explique porque ela sempre muda não apenas meu humor, mas todo o meu estado de espírito.
Nem sei onde tudo começou. Na cidade de onde vim não chovia com muita freqüência, o que já atribuía ao fato um certo ineditismo. A temperatura também não era das mais agradáveis, e se há pessoas que desfrutam de um clima agradável o ano inteiro, há outras que se sentem convidadas a sair à rua e dar um passeio unicamente para aproveitar o “friozinho”.
Não é querendo dar uma de sertanejo fugido da seca, não, mas na rua do limoeiro a chuva não chegava tão fácil, e havia meses em que era quase um acontecimento. Daí, no mercantil do meu pai, à porta, via-se a água descendo ladeira abaixo, embolando-se toda, arrastando pedras do calçamento, com barulho, forma e movimento de pequeno riacho. A maioria das crianças se espojava na água, deitando-se na “correnteza”, tomando banho nas bicas das casas, correndo, abrindo a boca e deixando a água entrar – e tudo era saudavelmente divertido. Outros, na maior parte das vezes, jogavam pedrinhas e caroços de feijão ou milho para verem a superfície da água se estilhaçar, ou então depositavam pequenos objetos planos que desciam como barquinhos ladeira abaixo – para onde iam? Eram vários os objetos lançados, mas nada comparado à atitude revoltante de alguns adultos, mal-educadamente jogando sacos de lixo para serem levados pela correnteza – ação quase sempre revoltante para mim, a não ser quando me permitia acreditar que eles tinham a mesma ingenuidade de não pensar no destino daquelas águas – porque, àquela altura, eu ainda pensava que elas corriam para sempre. Ou melhor, não pensava nada: não havia preocupações ambientais nem conhecimentos sanitários - só alegria de uma criança quando nada pergunta. Tudo, pois, em alguns momentos parecia existir, simplesmente, a despeito de qualquer relação de causa e efeito.
Quando a chuva era à noite, então, deitava-se com o barulho das águas, e os meninos do interior que eram, no entanto, já urbanamente frustrados pela sucessão pouco atraente de casas, ruas e nada mais, podiam, finalmente, esquecer onde estavam e dormir jurando que ouviam os sons de um pequeno rio. Nessas horas, de olho fechado, falta de saneamento era beleza natural.
Hoje, ainda, deitar-se ao som da chuva torna as noites mais agradáveis, do mesmo modo que acordar com seus sons, desfrutar da temperatura agradável e sair à rua em meio a uma paisagem subitamente modificada pela água dá aos dias um aspecto que só pode ser explicado – mesmo assim de forma bastante pobre – como um inconfundível ar de feriado. Mais que isso: com a chuva, a vida parece envolver-se em mistério, densidade e leveza. Pois coisas estranhas acontecem o tempo inteiro: quer chovam sapos, magnólias ou águas com sabor de passado.