Há quem diga que o que determina a importância de algo é a sua permanência. Se ficou, se durou, então é porque é bom, é verdadeiro. E eu pensei nisso com relação à música também. Vendo um filme no último domingo, na Fundação, eis que em uma das melhores cenas eu escuto a voz doce e macia de Beth Gibbons cantando uma de suas músicas mais bonitas, e lembro que já há bons três anos eu venho escutando o seu Out of season, e é como um estado de espírito, – essa capacidade que a música tem de guardar sentimentos pra mais tarde, pra que a gente possa retomá-los do lugar de onde parou, ao ouvi-la de novo! – como uma história feita de chuva, frio, tempo cinza e recolhimento. Há músicas para o sol, para o mormaço e também para o inverno – e quando chove eu lembro do Out of season, como lembro também, sempre, de Magnolia.
Talvez o passar do tempo determine as músicas que são modismos e as que fazem parte de nós, as que incorporamos ao nosso repertório de sensações e lembranças. Mas há também aquelas que ouvimos algumas vezes, ou durante um determinado período, apenas. E também essas, algumas vezes, a gente nunca esquece...
“Everybody knows this time
Shadows are drifting in silence
Where lost can't be found
Everybody knows this time
You'll get by
Move it on, let fate decide
And those water-coloured memories
Soft as a summer's breeze
...”
quinta-feira, maio 18, 2006
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Um comentário:
quem sabe algum dia alguma canções me deixem
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