segunda-feira, novembro 21, 2005

Das angústias cotidianas

Há quem reclame pelo fato de que o dia tenha apenas vinte e quatro horas. O que dizer, então, daqueles que precisam, nesse curto período de tempo, viver duas vidas – a que querem e a que precisam? Aqueles que precisam se dividir, em sua vida dupla, e depois tentam se contentar em preencher, com alegria, os poucos espacinhos que existem entre uma violência e outra à sua própria natureza?
Aliás, às vezes eu acho que tenho na verdade três vidas: a que eu quero viver mas não posso e nem sei, a que posso viver mas não nem quero nem sei e a que eu sei viver mas não posso nem quero. E no meio disso tudo, onde, eu ?
Eu não agüento mais ter que ser muitos, inconciliáveis. Não agüento mais também andar travestido. Eu quero ser um só: completo, unitário.

...E que pelo menos a soma das minhas divergências, incoerências, instabilidades e nuances seja igual a um.

2 comentários:

Da Mata disse...

Precisamos pensar em heterônimos!

fabio disse...

Será que isso resolve? Se resolver eu quero um mói deles... :p
:*****